Ritual dos Mortos I – O Rito de Passagem
Material:
Ametista
Quatro velas roxas
Uma vela branca
Essência de Alfazema ou Lavanda
Incenso de Olibano ou Mirra
Álcool de cereais
Uma mistura de farinha de castanha, alfazema, salvia, tomilho e hortelã
Um copo de água
Uma lista daqueles LGBTs que lhe foram importantes e que já estão com a Chama
Viada.
Atenção: esse ritual deve ser feito a noite e deve ser encerrado a qualquer
momento ANTES do nascer do sol.
O Ritual:
Prepare as velas, você pode unta-las com essência de lavanda, alfazema, ou mesmo o próprio Óleo da Viada Chama se você já o tiver preparado (confira a receita em nosso blog).
Então pegue três dessas
velas, você fará um triangulo com elas abrangendo todo o espaço de trabalho
(seu altar, uma mesa, o que for mais fácil para você), a primeira permanecerá
em branco, ela representará a força da Viada Chama responsável por levar os mortos
ao seu local de descanso, a coloque na ponta do triangulo, que deve estar virada
para sua direção.
Na base do triangulo invertido ficarão mais duas velas, uma a esquerda, com o símbolo
do Veado de Sete Chifres e uma a direita com o símbolo do Garanhão de Chifres
(se você não souber esses símbolos confira-os nessa postagem em nosso blog).
No centro coloque a ametista que representará todo o poder da Viada Chama e a
última vela com o símbolo de um sol desenhado, essa vela é a vela da pira da
Viada Chama que encontramos na meditação sugerida no Liber Queer, seu fogo é o
calor da própria Chama Viada.
Coloque um pequeno recipiente (um caldeirão, uma panela, uma cumbuca) com um
pouco de álcool de cereais abaixo dessa ametista, ele funcionará como um
caldeirão. A direita deste o incenso, à esquerda o copo de água.
Prepare o espaço da forma como lhe for mais conveniente, com um banimento,
traçando um círculo mágico, use o método de sacralização do espaço que sua
religião está acostumada.
Comece acendendo a vela central enquanto recita a oração da Viada Chama:
Antes de mim vieram os primeiros reverenciados
Aqueles que a chama pertencem elevados
Eu saúdo Lili Elbe, Allan Turing e Ginsberg
E também Safo, Joana e Aqueles de Stonewall
Eu saúdo a face brilhante do sol, eu canto Pã, eu canto Hermes
Eu canto por Dionísio e Febo, eu canto com maestria
Eu saúdo a face prateada da mãe, eu chamo Lilith
Amaterasu vem para nos ensinar, Nefits caminha para curar
Eu chamo aqueles que por mim morreram
E juro pelos que ainda não nasceram
Que honrarei em mim a grande chama viada
De púrpura essência encantada
Cujo outro nome é liberdade
Filhos das estrelas que vivem sob a terra
Em montes ocos, ao redor de encantados fogos
Abençoados sejam.
Aguarde
um instante enquanto sente todo o poder daquela chama irradiar em direção a
todo o espaço, sinta a ametista pulsando em violeta. Nesse momento comece a
acender as velas do triangulo enquanto recita na seguinte ordem:
Ponta: Venha a nós e se
fortaleça Corvo da Balsa de Chifres, leva
os mortos de nosso povo ao seu local de descanso para que estejam conosco
guando o tempo chegar. Ensina-nos o caminho da sabedoria e da conexão. Faz
brilhar a chama em meu coração.
Base esquerda: Venha a nós e se fortaleça Veado de Sete Chifres seja nossa proteção. Caminhante no mundo faz valer nosso direito, teu é o glorioso poder da vitória. Faz brilhar a chama em meu coração.
Base direita: Venha a nós e se fortaleça Garanhão de Chifre me acalenta na precisão. Tua é a missão de me fazer ver o quanto eu importo, eu sou aquele que acende a pira dos mortos que ilumina o caminho para os vivos. Eu sou aquele que protege o segredo do Monte da Chama Sagrada, e em seu lombo cavalgo em direção à púrpura alvorada. Faz brilhar a chama em meu coração.
Você deve nesse ponto recitar os nomes os nomes que
estão em sua lista, fale um pouco deles, peça para que os Ancestrais da Viada
Chama os acalente, peça para que eles se encaminhem em honra, paz e harmonia ao
Outro Lado, sinta a grande luz púrpura do abraço da Deusa e do Deus
encaminhando esses amados para seu local de descanso.
Quando sentir que chegou a hora recite:
Eu agora acendo a pira sagrada,
meus irmãos descem o monte onde brilha a alvorada.
Já não mais partilham as terras sem sol, mas não sentem medo
Abaixo dos montes ocos existe fogo, existe luz e existe brilho
Abaixo dos montes ocos existe a canção, existe a dança, existe o rejúbilo.
Eles dançam ao redor da Chama Viada, de
Púrpura essência encantada.
E hoje experimentam a liberdade.
Vão em paz e sejam
abençoados.
Coloque
o álcool de cereais no recipiente abaixo da ametista, acenda o papel com os nomes
na vela da ponta e o jogue nessa pira acendendo-a, pegue então o preparado com
as oferendas e jogue uma parte no fogo, oferecendo-os a esses ancestrais.
Por último tome em suas mãos a vela branca e unte com a essência de alfazema,
mirra ou o óleo dos ancestrais, e passe o que restou da oferenda nela. Acenda
esta vela com a chama da pira que ainda deve estar queimando - se não estiver,
pode acender com a vela da ponta - e ofereça essa vela para iluminar o caminho
desses ancestrais.Nesse ponto você pode agradecer e encerrar o ritual, deixando as velas roxas
queimarem e colocando a vela branca na sua janela, fora da sua casa, ou no
impedimento disso no quadrante oeste do seu quarto ou da sua mesa de trabalho.
Desfaça o traçado do círculo ou a sacralização do ambiente.
Despeje
a água e as cinzas que restaram na terra. O resto das velas você pode jogar no
lixo ou qualquer que seja o melhor descarte em sua opinião - evite jogar na
terra, pois é um agente poluidor.
Como opção, antes de encerrar esse ritual você pode fazer uma meditação, ou
mesmo continuar seus festejos até que sinta que esse ritual deve ser terminado.
Referências: